segunda-feira, 5 de julho de 2010

REAÇÃO TARDIA

     A eliminação do Londrina da fase final da Divisão de Acesso do Paraná não me pegou de surpresa. Pelo desempenho do fraco time montado pelo Grupo Universe, o temor era que o vexame fosse maior: a queda à terceirona. Infelizmente, o torcedor do LEC terá de ver (ou não) o time por mais um ano na segundona e um calendário de poucos jogos. O mais engraçado nessa história de fracasso anunciado é a posição do interventer da Justiça do Trabalho, Rubens Moretti. Se o Universe iria investir, como prometeu e assinou um contrato de garantia com a Justiça, investir R$ 400 mil já na Copa do Brasil em fevereira, por que só agora depois de o barco naufragar é que ele está se manifestando? O grupo sequer tem pago os salários dos jogadores em dia! Espera-se que a justiça realmente faça valer o contrato e encerre a curta passagem do Universe pela vida do Londrina, cuja torcida não suporta mais tanto disabor. É hora também de os conselheiros reagirem cobrar a marcação de eleições do clube para que novos dirigentes possam dar uma nova direção na vida do clube. Claro que ainda com o olhar da justiça por perto.

REFÉM DE SI MESMO

     A derrocada da seleção brasileira na Copa do Mundo diante da Holanda mostrou que o técnico Dunga acabou refém da sua própria convocação. Ao garantir o mesmo grupo de jogadores com quem vinha trabalhando - alguns como Grafite e Kleberson quase em cima do Mundial, pois foram chamados ou lembrados poucas vezes -, o treinador pretendeu firmar um pacto - medíocre, como viu na prática - com aqueles que lhe ajudaram a permancer no cargo. Basta lembrar que o fisco com o time olímpico e algumas pífias atuações da seleção nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa da África, ameaçavam a permanência de Dunga e do fiel escudeiro (inclusive na arrogância no tratamento com a imprensa) Jorginho na comissão técnica. Pois bem, bastou uma boa dose de sorte na Copa América e na Copa das Confederações, aliada à campanha nas Elimintórias para que o ditador da CBF, Ricardo Teixeira, os mantivesse nos cargos.  Ao preterir nomes como Hermanes, Adriano (sim, o Imperador que tem mais presença em campo que o Luis Fabiano e desperta medo nos adversários), o brilho de Ronaldinho Gaúcho e as promessas Ganso e Neymar, Dunga acabou refém dos seus convocados. No momento que mais precisava de alguém para mudar a partida contra a Holanda, o técnico não encontrou na reserva quem pudesse fazer isso. 
     O Brasil fez uma campanha oscilante, ora jogando abaixo da expectativa do torcedor e da imprensa, ora fazendo o suficiente - sem ser brilhante - para vencer. A má estréia contra a Coréia do Norte e o fraco desempenho diante de Portugal são exemplos do apagado time de Dunga. Já contra Costa do Marfim e Chile a equipe teve boas atuações. No decisivo confronto contra uma das favoritas do Mundial, o Brasil novamente mostrou oscilação: fez um bom primeiro tempo, abriu o marcador com Robinho e poderia ter feito no mínimo dois gols de vantagem; e depois inexplicavelmente a seleção ficou vendo a Holanda jogar e virar o placar para 2 a 1. Foi uma justa vitória holandesa ante à apatia de Dunga que, nervoso ao extremo, sequer teve peito para jogar o time para cima da Holanda, mesmo com dez em campo. Ao perder o desmiolado Felipe Melo por expulsão, preferiu trocar um atacante por outro (Luis Fabaino por Nilmar). Ainda bem que, ontem, a CBF já decretou o fim da era Dunga à frente da seleção. O Brasil precisa de alguém que resgate o meio-campo criativo e habilidoso e sepulte de vez a era dos volante de marcação para o bem futebol.