segunda-feira, 6 de setembro de 2010

MUITA FUMAÇA, POUCA NOVIDADE

     Como todo londrinense, fiquei curioso para ler a reportagem da revista Veja sobre "A Força das Cidades Médias", na qual Londrina aparece com certo destaque abrindo a série. Comprei a revista e fui conferir o que tanto despertou a atenção dos pés-vermelhos. E confesso que me decepcionei com o conteúdo da reportagem. Não que esperasse ler as nossas velhas mazelas políticas estampadas na revista. Mas pelo menos que houvesse menos oba-boa e mais realidade num veículo que tem profunda repercussão nacional. Em resumo, a "grande novidade" de Veja é que Londrina entrou no rol das metrópoles brasileiras com mais de meio milhão de habitantes. Oras, desde 2009, os londrinenses sabem disto! Por aqui todos também estão carecas de saber da vertilização da cidade, em especial agora na zona sul com os belos edifícios que estão erguidos na Gleba Palhano, além dos condomínios horizontais além do shopping Catuaí. A falha grotesta da reportagem aparece quando diz que a cidade foi planejada - o detalhe é que só no início de sua colonização - e segue o seu "novo" Plano Diretor. Quem mora aqui sabe da falta de planejamento e de saneamento básico até em alguns bairros nobres, que só este ano começaram a ganhar rede de esgoto. O fato de ultrapassar a marca dos 500 mil habitantes não faz Londrina diferente de nenhuma outra metrópole. A periferia da cidade, em pese a grande obra de casas populares e apartamentos na zona norte, está cheia de gente miserável vivendo literalmente da coleta de lixo. A reportagem valeu por mostrar uma bela imagem da cidade, o Lago Igapó 2 com os belos prédios da Palhano, mas falhou ao não citar ao menos a intensa mendicância e o, principal, a violência extrema com assaltos e mortes violentas em Londrina. Afinal, não só de pontos positivos se faz uma reportagem. Os negativos também precisam ser citados.