sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

FUTEBOL MAIS TRISTE

     O futebol ficou mais triste esta semana. A aposentadoria do atacante Ronaldo não pode ser chamada de precoce, mas com certeza deixa o mundo futebolístico mais pobre. Claro, dirão os mais críticos, que Ronaldo já deixara de ser o "Fenômeno" aclamado na Itália há muitos anos. Talvez, já na Copa de 2006 quando mesmo alcançando a marca de maior goleador das Copas com 15 gols fracassou naquele time do apático técnico Carlos Alberto Parreira. Brilhou em um ou outro jogo do Corinthians, ficou outro tanto de fora mas o seu carisma era capaz de atrair a torcida ao estádio. Fora de campo, ampliou os contratos publicitários do Timão que sem ele o time de Parque São Jorge dificilmente os teria. Golpeado por contusões e pela crítica - muitas delas até merecidas em razão de suas noitadas desastradas, como aquela dos travestis no Rio (lembram?) -, Ronaldo sempre foi cortez nas respostas. Mesmo no discurso de despedida na última segunda-feira, não atirou para todos os lados como faria e fez Romário em toda a sua carreira. Só não colou aquela história do hipotiroidismo como os médicos consultados pela imprensa o desmentiram em referência ao aumento de peso e de que o remédio para combater a doença seria considerado doping. E, pelo que já vimos na imprensa, Ronaldo não se desligará facilmente do futebol. Se Pelé até hoje ainda fatura com o marketing, imaginem Ronaldo que já tem contrato vitalício com o Nike e aparece em um sem-número de anúncios? E já se pode antever um namoro da Rede Globo para que o Fenômeno passe a integrar o staff de comentaristas da emissora. Ronaldo deixa um grande legado para o futebol, sem dúvida, e um vazio no ataque da seleção. Aliás, após a saída de cena de Romário e Ronaldo, o Brasil ainda não encontrou um atacante à altura. Tem somente o Luis Fabiano, menos técnico que os dois. Outros testados ainda estão a anos luz da dupla Ro-Ro. E até 2014 dificilmente surgirá alguém assim tão espetacular, um fora de série como eram Romário e Ronaldo. Só espera-se que a CBF reconheça o talento de Ronaldo e promova um jogo de despedida à altura do Fenômeno.