sexta-feira, 17 de abril de 2009

CAÇA AOS GARNIZÉS DO BOSQUE


O Bosque Central de Londrina está perto de perder um de seus moradores mais simpáticos. Os garnizés, que habitam o último vestígio da então exuberante mata desta terra vermelha, estão sendo retirados do local pela Prefeitura. O motivo: as pequenas aves estariam incomodando os moradores dos prédios vizinhos com os cocoricós no início da manhã. Então, acusados de perturbação do sossego alheio, os garnizés foram condenados a se transferir para o Parque Arthur Thomas onde o número de predadores é infinitamente maior. Se no centro, são caçados por gatos e alguns humanos, lá no Parque deverão servir de refeição para gambás e quatis, entre outros predadores.


Engraçado que com as pombas, que transmitem doenças muito mais sérias, nada se faz. E olha que há duas pessoas internadas com a tal doença provocada pelas fezes dos pombos. Engraçado também que pessoas se sintam incomodadas com o som do cocoricó e parecem não sentir o cheiro nauseabundo das fezes dos mesmos pombos que cobrem calçadas e carros ao redor do Bosque. E o que dizer então dos escapamentos abertos de carrros e motos e do som em alto volume dos toca-CDs madrugada adentro? É ninguém reclama e as "autoridades", também não. Ao invés da caça ao pombo, faz-se caça aos garnizés. Daqui a pouco vão querer também explusar os gansos do Lago Igapó. E olha que um ambientalista até andou reclamando que as fezes dos gansos poluem a água do Igapó. É mas e as fezes humanas de residências que despejam esgoto no lago e os postos de combustíveis e indústrias que jogam óleo e produtos químicos na água, não poluem também?


Londrina muda a administração pública, mas a solução de problemas permanece caótica. Basta lembrar dos mocós surgidos no Anfieteatro do Zerão e no antigo Coreto do Calçadão e qual a solução? Um foi lacrado com terra, o outro foi demolido. O mesmo se deu com os banheiros do Calçadão: sujos e impróprios para o uso foram derrubados. O londrinense precisará ainda evoluir muito para aprender a conviver no ambiente urbano. Isso não só a população, mas principalmente as tais autoridades que devem ter a noção exata do viver em comunidade.

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